quarta-feira, 10 de junho de 2009

O que sobrou de ti

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Ontem vi tua sombra a vaguear madrugada a fora. Desgraçada.

Pude perceber que praguejava. A vi vacilar sem rumo, embriagada. Murmurava blasfêmias.

A amargura era tamanha que me preocupei.

Pensei em abordá-la, mas desisti. Eram insanos os passos que dava. Era um vulto assustador.

O vislumbre dos pés que aportam no inferno.

Era a sombra perdida, distante de algo que poderia ter sido.

Entendi que ela havia abortado um capitulo de tua vida.

E lamentava o funeral de algo que não mais poderia.

Ela definitivamente adoecera no instante em que se atirou.

O aborto trouxe o fim antecipado de qualquer vislumbre matinal...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Poeminha IV

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O princípio e as coisas que reluzem

Percebo minhas palavras viciadas,
cheias de asco
engripadas
sem a leveza que me supõem, deveria existir.
Mas quem teve a idéia da leveza?
E quem inventou que a vida deveria ser simples?
As coisas, eu poderia pensar, não acontecem como deveriam acontecer...
Mas acontece que não sei de onde trouxeram a idéia de que tudo deveria ser...