
Eu adoro andar por aquelas ruas. É um bairro belíssimo. Casas antigas, casarões. Tudo conta uma história. Glorias, tragédias, vulgaridades, paixões. As paredes dos prédios parecem contar algo de interessante a cada tijolo sobreposto. A riqueza e a simplicidade se fazem presentes. Fico a pensar nas particularidades que deveriam ter cada morador daquele lugar séculos atrás. Roupagem elegante, cores sóbrias, mentes nem tanto. Como a mudança dos tempos, e a máquina deve ter mudado as relações sociais! Ao andar por ali imagino pessoas que eram mais pessoas, que eram mais dadas à vida. Não eram santos ou demônios, mas eram personagens de suas próprias vidas, com menos informação e mais imaginação. As loucuras eram apenas gostosas aventuras dignas de serem escritas. O valor de ser era maior. Até na vulgaridade se podia enxergar a beleza. A poesia era parte do contexto. A beleza não estava na transgressão, estava sim na simplicidade de existir.
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