terça-feira, 19 de maio de 2009

Neurose, arte, frutos

Já experimentei infligir a dor na minha pele. É uma sensação curiosa e perigosa. Causar em mim a dor... Ser o meu algoz... Curiosa sensação de poder. É perigosa sensação de prazer. Escolher sofrer e poder controlar. Prazer na dor. É o gozo.
No gozar brota o impensável. Jorra a poesia, desarranja a ordem, contamina a realidade de incertezas...
É a loucura da transgressão. A mais individual das transgressões e por isso inculpável...Isso sim é transgredir a ordem, o óbvio... Se a crença é de que o prazer é constância, eis que o Mestre disse que o prazer é fruto também da desordem, do caos interno. Isso é revolucionar o raso.
É a arte fruto do caos... E se engana aquele que se julga diferente de mim. A consequência oriunda do gozo de cada um é diversa, assim o que se faz com o gozo é particularmente intrínseco à economia individual. O meus caos me transporta à um mundo de insanidade que me satisfaz. Com a dor na minha pele, produzo coisas que apaixonadamente preciso tocar. Outros apenas reclamam e repetem...
Os que se julgam além do corpo podem se decepcionar. Dentro de todos mora o masoquista... E fatídica-mente o sádico...

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