quarta-feira, 6 de maio de 2009

Olhos de sépia

Existem pessoas que são incomuns. Pessoas com um incômodo constante dentro de si. Pessoas que para elas não basta saber que as coisas existem, isso é pouco.
Pessoas incomuns. Elas questionam. Espertas, sabem que encontrar a resposta é uma incumbência de ordem moral, imposta de si para si mesmo, e que provavelmente não trará uma resposta fechada, una. Para elas não basta estar, é preciso exercitar o prazer que é sentido na curiosidade.
Para os incomuns, uma palavra é muito mais que um sentido apenas. É uma palavra um universo infinito de sentido e sensações. A palavra tem cheiro, sabor, textura, melodia, cor... E algo mais que transcende e que não se apreende. A palavra possui um buraco; paradoxalmente o incomum busca preenchê-lo com a própria palavra.
A Saudade é palavra ordinária... Conta um pouco do mundo desses estranhos. Estranhos seres nostálgicos que enxergam o mundo, a vida, as relações de modo diverso. O nostálgico possui olhos amarelados, não se sabe nunca se felizes ou tristes. Olhos de sépia...

Um comentário:

  1. Monica, é fantástico o jeito como vc escreve!
    Parabéns...
    Somos muito parecidos!!!

    Bjs

    Fabrizio

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